México
07 abril 2019

O 12º SIEI da Cidade do México reivindica o papel da literatura na inovação educacional

Com o lema “Ler para escrever um mundo melhor” teve início o 12º Seminário Internacional de Educação Integral – SIEI, realizado na Cidade do México. Um evento quase obrigatório para todos os profissionais de educação da Ibero-América, que conquistou prestígio por abordar, a cada ano, temas inovadores que buscam melhorar o ensino e tornar efetivo o direito a uma educação de qualidade para todas as crianças e jovens da região.

A literatura foi o tema escolhido para essa edição, e palestrantes como Rosa Montero, Jordi Sierra i Fabra e Toño Malpica compartilharam os segredos da criação literária com os participantes. “Os romances são os sonhos da humanidade; você não escolhe as histórias, as histórias são contadas por seu intermédio”, disse Montero. Foi nesse sentido que os três palestrantes concordaram em ressaltar que, para eles, escrever é quase tão necessário quanto respirar. Embora isso não entre em conflito com a disciplina do trabalho diário que faz parte do ofício de ser escritor.

As palestras de Pilar Esteve e María Teresa Andruetto abriram a reflexão sobre a dificuldade de formar um leitor de literatura e a importância de trabalhar a compreensão da leitura na escola, especialmente na era digital, em que se diversificam os tipos de linguagem e os códigos linguísticos que tornam a leitura uma “ferramenta complexa”. Para que um jovem se torne um leitor, segundo Andruetto, ele precisa de ajuda, e é nesse sentido que a figura do educador surge como chave para que os jovens possam dominar o grau de complexidade exigido pela literatura. Só assim eles poderão interpretar outros tipos de linguagem (política, econômica, etc.) e tomar consciência de si mesmos e do mundo ao seu redor. A literatura, como vários dos palestrantes concordaram, nos permite dialogar com o imaginário coletivo que configura cada uma das nossas sociedades, e é por isso que, como destacou Maria Teresa Andruetto, construir leitores é uma forma de construir a cidadania.

Para Luis Castellanos, outro palestrante do Seminário, a leitura é uma ferramenta que permite aos jovens desenvolver as habilidades de sensibilidade e empatia. Ele insistiu na necessidade de usar a linguagem positiva como a melhor maneira de interagir com a vida.

As formas de ler e de escrever na era digital configuraram o tema central das últimas intervenções do Seminário Internacional. Novas plataformas de leitura eletrônica ou formatos atualizados, como os audiolivros, estariam abrindo caminho para novas experiências de leitura, que complementam as fórmulas mais tradicionais sem, no entanto, substituí-las.

“Uma autoria quase universal formará a civilização do futuro”, disse Elyse Eidman-Aadahl. É por isso que, hoje, a leitura, a escrita e a publicação estão interligadas. Para a pesquisadora americana, as ferramentas tecnológicas que usamos (smartphones, tablets, computadores, etc.) mudam o que podemos fazer e as nossas aspirações como seres humanos. Um exemplo disso seriam os ambientes wiki ou de criação coletiva, como a Wikipedia, um espaço que contém o conhecimento coletivo do mundo a partir do trabalho em rede de milhares de pessoas. Segundo Ross Todd, outro dos palestrantes, isso implica que espaços como as bibliotecas se convertam em ambientes de aprendizagem, baseados na pesquisa e na participação dos alunos na busca por conhecimento. Novamente, o papel dos educadores voltará a ser fundamental para mostrar aos jovens a maneira mais apropriada de usar essas ferramentas.

Para obter mais informações, acesse o site oficial do Seminário.

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