Juventudes e a Pandemia do Coronavírus

Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE)

Juventudes e a Pandemia do Coronavírus é um estudo realizado pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), em colaboração com a Fundação Roberto Marinho (FRM) e outras instituições.

Seu principal objetivo foi analisar as consequências dessa crise sanitária sobre diversos aspectos da vida dos jovens brasileiros —educação, trabalho, situação econômica e saúde— e suas perspectivas para o futuro.

A realização da pesquisa seguiu uma metodologia participativa que envolveu o público entrevistado em todas as etapas do processo: reflexão sobre o tema, desenho do questionário, mobilização para a coleta de respostas e análise dos resultados. Essa proposta metodológica articulada a partir da “Rede Conhecimento Social” buscou envolver os próprios jovens entrevistados em ações que transformassem seus contextos por meio de uma produção coletiva de conhecimento. No total, participaram 33.688 jovens entre 15 e 29 anos de idade, de todos os estados do país.

Os principais resultados foram:

  • Em relação ao estudo em casa, os jovens identificaram como principais desafios alcançar um equilíbrio emocional, a dificuldade de organizar o tempo de estudo e a falta de um ambiente tranquilo em casa, mais do que o acesso a dispositivos tecnológicos.
    Seis em cada dez jovens consideraram que as escolas e universidades deveriam priorizar atividades relacionadas à gestão emocional; e cinco em cada dez solicitaram estratégias para administração e organização do tempo.
  • A maioria dos jovens (seis em cada dez) teve suas condições de trabalho alteradas. Isso ocorreu tanto por aumento ou diminuição das horas de trabalho quanto por perda definitiva do emprego.
    A renda familiar foi mais afetada do que a renda pessoal dos jovens: enquanto quatro em cada dez deles indicaram ter perdido ou diminuído sua renda, cinco em cada dez mencionaram uma redução na renda de suas famílias.
  • Em geral, os jovens sentem que suas condições físicas e emocionais foram agravadas pelo isolamento social.
    Ansiedade, tédio e impaciência foram identificados como os sentimentos mais comuns durante o confinamento. No entanto, o acompanhamento dos familiares e o contato on-line com os amigos foram identificados como os aspectos que mais os ajudaram a lidar com essa contingência.
  • As principais oportunidades que podem surgir após essa pandemia estão relacionadas ao mundo do trabalho e da educação.
    Cinco em cada dez jovens concordam que novas dinâmicas podem surgir no mundo do trabalho e dos estudos. Na mesma proporção, eles consideram que a pandemia pode trazer mais prestígio, reconhecimento e investimentos em ciência, pesquisa e saúde pública.